“ESTARIA MORTA SE ARREPENDIMENTO MATASSE”

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Uma amizade desde a infância que gerou um convite de batizado em 1984. Para minha felicidade era um menino, e eu queria muito pois já era dinda de uma menina. Meu afilhado era (é) lindo a coisinha mais fofa do mundo, gordinho, moreninho e com cabelo enroladinho e uma carinha angelical que só vendo mesmo. Tivemos vários contatos nos primeiros cinco ou seis anos, via ele com freqüência brincava, mordia e para minha satisfação sempre foi educado um amor de menino. Mas o tempo foi passando eles mudaram nós também e por vários motivos e independentes da minha vontade, fizeram com que minhas visitas fossem poucas até que nunca mais o visitei.
Lembrava dele sempre e pedindo a Deus que sua caminhada fosse abençoada, lembrava do seu aniversario todo ano (1 de maio) e não era porque é feriado nacional não...é porque é seu aniversário. Mas sempre soube que isso era pouco pois eu sabia que poderia ter sido diferente, ter participado de sua vida mais assiduamente, tê-lo visto crescer , perdi todas as etapas de sua vida como: infância e adolescência não o vi trocando a voz e nem sua barba crescer. Enfim; perdi o melhor de seu crescimento.
Os planos que fiz pra ele e com ele não eram esses, mas a vida nos separou e nos pregou essa peça mas o amor que sinto não mudou jamais pois nesses 20 anos que não mais o vi, jamais o esqueci. Me culpo muito por tudo isso ter acontecido pois não sabia o que ele pensaria de mim, confiando em sua mãe que foi minha melhor amiga de infância/adolescência tinha a certeza de que ela não o deixaria me esquecer e tentaria explicar minha ausência sempre salientando que eu o amava e muito.
Para minha total felicidade, neste ano de 2010 nos reencontramos via internet e nos adicionamos como amigos, deixo sempre recadinhos carinhosos a ele e de vez em quando, muito raramente nos falamos no MSN, só que quando isso acontece agente esquece de tudo e nem vê a hora passar, uma noite ficamos conversando até umas 3:30hs da madrugada e quanto mais ele me falava mais eu queria saber pois a sede de informações sobre ele e sua vida era grande. Já marcamos de nos encontrar em Porto Alegre assim que der, esse encontro me dá um friozinho na barriga, porque por mais que ele me diga que me perdoou que é pra gente esquecer o que não vivemos e não compartilhamos, quero ver o brilho do olho dele e ouvir ele dizer que me perdoa...porque eu jamais me perdoarei.





MARY MEIRELLES